Por Adriane Soares
Audismo é um termo inicialmente usado por Tom Humphries, por volta dos anos 1970, para denunciar o preconceito contra a cultura surda. Pode-se entender que é um conjunto de crenças e inclui dizer que as pessoas que ouvem são superiores às que não ouvem. É como se dissesse que não ouvir é um estado de incapacidade ou uma doença que precisa ser curada. É como acreditar que nascer surdo é uma abominação e a pessoa não pode se entregar a uma vida miserável e deve fazer o máximo que for possível para se tornar “normal” (ouvinte). Por estes motivos anula-se todo o modo de ser do surdo para obriga-lo a “falar e ouvir” como se fosse um ouvinte, proibindo-o de fazer uso de qualquer linguagem gestual, como a LIBRAS, por exemplo.
O audismo está para o surdo assim como o racismo está para o negro; o homofóbico para a classe LGBTQ; o machismo para as mulheres; Assim como o dominante está para a classe dominada. É uma forma de preconceito.
A criança surda, assim como qualquer criança tem seu tempo de aprendizagem, se ela for impedida de aprender dentro daquele período corre sérios riscos de ficar com alguma defasagem em seu aprendizado. Claro que ela vai aprender também, mas ficará sempre com atraso no desenvolvimento de acordo com sua faixa etária. Portanto, o quanto antes ela for inserida na linguagem gestual - língua de sinais, mais cedo ela se desenvolverá.
Nós ouvintes não devemos interferir na comunidade surda, eles ditam as regras, não nós. Isso é desrespeito! E não pode ser aceitável dentro de nenhum grupo, comunidade, crença, cultura em nenhum setor de nossas vidas.
Tom Humphries é acadêmico norte-americano, autor e palestrante sobre cultura e comunicação surda, e foi durante sua tese de doutorado que usou o termo audismo pela primeira vez.
No Brasil, a língua brasileira de sinais, a LIBRAS, foi reconhecida legalmente no ano de 2002 via Lei 10.436/02 e, regulamentada em 2005 pelo Decreto 5.626/05.
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